quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Compadrio, boquinhas e mamatas: Aécio morava no Rio e “servia” em Brasília

publicado em 15 de outubro de 2014 às 11:03



Da Redação

A blogosfera noticiou antes que a grande mídia. Saiu, por exemplo, no Amigos do Presidente Lula e noTijolaço.


Mesmo morando no Rio de Janeiro, ele foi “assessor” do pai, o deputado federal Aécio Ferreira da Cunha,apoiador da ditadura militar que, em uma de suas campanhas, pré-golpe de 1964, está na lista dos que receberam dinheiro da CIA.

Isso mesmo, Aécio morava no Rio e “trabalhava” em Brasília.

A admissão do agora candidato diz que ele tinha 19 anos de idade quando foi contratado.

Servia “remotamente”, diz hoje a Folha de S. Paulo, sem dizer que no período em tela, 1980, a internet não existia no Brasil.


Mais tarde, como também admitiu o candidato tucano, ele foi indicado para uma diretoria da Caixa Econômica Federal, durante o governo Sarney. Tinha 25 anos de idade. À época o ministro da Fazenda era Francisco Dornelles, primo de Aécio.

Durante o debate da Band, Dilma Rousseff também mencionou — mas não conseguiu articular direito — o fato de que Aécio, governador de Minas, beneficiou empresas da própria família.

Trata-se da rádio Arco-Íris, cuja concessão Aécio recebeu durante o governo Sarney.


Trechos:

Ao apurar a estranha situação, o bloco Minas sem Censura [de oposição parlamentar a Aécio] e a própria imprensa descobriram que a rádio [dona do Land Rover que o agora candidato usava quando foi parado em blitz no Rio de Janeiro] pertencia a Aécio, à sua irmã Andréa Neves e à mãe Inês. Outros seis veículos de luxo também foram declarados em nome da empresa de comunicação da família Neves. Considerados estranhos os fatos, o bloco de oposição continuou a investigar a rádio Arco-Iris e descobriu, como já noticiado, que a empresa da família Neves recebeu somente em 2010 cerca de R$ 210 mil de publicidade dos cofres públicos mineiros, o que fundamenta improbidade administrativa.
O bloco quer informações também sobre o valor total de publicidade com a Arco-Iris durante todo o período do governo Aécio/Anastasia (2003/2011) e nas outras duas empresas de comunicação em nome da presidente do SERVAS [Serviço Voluntário de Assistência Social de Minas Gerais]: a rádio São João Del Rei S/A e Editora Gazeta de São João Del Rei Ltda. No caso concreto da rádio Arco-Íris, empresa de propriedade da família Neves há pelo menos 15 anos, constata-se, e o próprio governo admite, que houveram repasses financeiros do Estado àquela empresa, seja através de empresas estatais, seja através da administração direta estadual, a título de pagamento por publicidade.
É de conhecimento público e geral, que a Sra. Andreia Neves da Cunha exerceu, durante todo o mandato de seu irmão, Aécio Neves, a função de Coordenadora do Núcleo Gestor de Comunicação Social, responsável pela elaboração da política de comunicação não só da subsecretaria de Comunicação Social bem como de todas as demais secretarias, autarquias, empresas públicas e fundações estaduais. O pagamento de publicidade à empresa de propriedade da família Neves, com o inegável conhecimento de sua administradora, Sra. Andrea Neves, põe dos dois lados da relação comercial a mesma pessoa: quem determina o quanto, quando e como vai ser pago é a mesma pessoa que presta o serviço e que recebe o pagamento. Tal relação não seria promíscua e improba caso se tratasse de uma relação comercial entre particulares. Mas trata-se de recursos públicos pagos a uma empresa particular de propriedade do gestor daqueles recursos.
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“Como em dezembro de 2010 o Aécio se tornou dono da rádio Arco-Íris, cujo valor de mercado é de R$ 15 milhões, se o patrimônio total declarado dele é R$ 617.938,42?”, quer saber o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), vice-líder do bloco. “Também por que Aécio indicou para presidir a Codemig justamente o dono da empresa do jatinho que ele viaja para cima e para baixo?”
Considerando a construção dos aeroportos de Cláudio e Montezuma, cidades onde ficam terras da família materna e paterna de Aécio Neves — em Montezuma, Aécio herdou com a irmã cerca de 900 hectares do pai –, fica caracterizado um quadro de nepotismo e mamatas nas tetas de instituições públicas que dão bem um dimensão da hipocrisia do tucano quando fala em “meritocracia”.

O curioso é que, em recente entrevista à revista Época, Aécio prometeu acabar com… as “boquinhas” do PT.


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Texto replicado deste endereço: VIO O MUNDO

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